A Origem

Constituindo o associativismo a liberdade de organização para comunhão, de modo permanente, de interesses, saberes e projetos, os fundadores da ELCOS, com experiência organizativa - alguns fundadores e membros de organizações congéneres a nível nacional e internacional - pretenderam dar corpo a um projeto de raiz ideológica impar no panorama nacional: constituir uma organização de feridas com o objetivo último de promoção e proteção da saúde pública e envolver no Projeto, em cada distrito, todos os profissionais de saúde com interesse e motivação para – vinculados ao projeto – nele trabalharem de forma entusiasta.

Este grupo inicial, com formação multidisciplinar adquirida em Portugal e no estrangeiro (enfermagem, feridas complexas, nutrição, psicologia, gestão de unidades de saúde), todos com formação especializada, concebeu, animou e pôs em ação o projeto que se ancora numa linha política claramente definida na sua missão, visão e valores.

Ambicioso na política delineada, mas consciente dos seus limites, o grupo fundador, convidou para os corpos sociais da ELCOS e para os seus Departamentos, Conselhos Regionais e Grupos de Trabalho, diferentes profissionais que têm como interesse promover e/ou apoiar iniciativas de carácter educativo, técnico, científico, ético e de investigação no âmbito da prevenção e tratamento de feridas, abrangendo o exercício clínico, o ensino e a investigação científica, mas tendo também como foco os contextos de trabalho, a ética e deontologia profissionais.

No âmbito do capital intelectual, a ELCOS, nos seus Corpos Sociais, Departamentos, Conselhos Regionais e Grupos de Trabalho, é composta por um elenco de saberes (a nível de licenciatura, mestrado e doutoramento), que garante uma atividade sustentada tanto em termos de formação quanto de investigação, contando com representação a nível da EPUAP, EWMA e OMS. Para o cumprimento deste desiderato, a ELCOS e o ULCUS organizam-se, a nível geográfico, em Conselhos Regionais, pretendendo dar resposta à nosologia regional, em termos de feridas complexas, através do envolvimento dos profissionais interessados, em cada região (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros), em parceria com as instituições de saúde e de ensino, a nível local.

Pretende-se assim, conhecer cada região, a nosologia existente em termos de feridas complexas, a incidência e prevalência, os recursos humanos, os saberes e processos de trabalho, com o objetivo de elaborar um plano de ação regional que permita aos profissionais, in loco, um trabalho sustentado desenvolvido em parceria com as instituições, de modo a responder, de forma dirigida, aos problemas específicos de cada região. Nesta tarefa de erradicação da morbilidade relacionada com as feridas, num contexto de pobreza em que tantas vezes se insere, advogamos o texto superiormente concebido pelo Director Geral da OMS (1983): “Toda a gente está ligada e tem o poder de mudar as coisas: os cidadãos das vilas e das cidades, as famílias e as comunidades e toda a espécie de grupos políticos e sociais, tais como as instituições de ensino e investigação, organizações não governamentais e agrupamentos profissionais. Mas, também os especialistas da saúde e os responsáveis pelas coletividades, como os chefes civis e religiosos, os professores, os magistrados, os trabalhadores (…) .”.

Sem a participação profunda de toda a população, a saúde para todos será sempre uma miragem.